Impulsionados por uma curiosidade avassaladora, meus amigos e eu decidimos nos lançar numa aventura em meio as trilhas do sertão, em busca de provas tangíveis para a lendária história que tanto nos intrigava. Partimos rumo à comunidade de Jardim, acompanhados pelo nosso guia, Paulo Sérgio, que nos conduziu até a morada da temida onça, local que um dia abrigou sua majestade selvagem.
No caminho, o espírito de aventura nos levou a fazer uma breve parada na mítica Pedra do Taiádo do Urubu. De lá, um mirante nos ofereceu uma visão estonteante do Sertão, um verdadeiro mar de beleza indomável. Na sequência, iniciamos uma árdua caminhada por um terreno íngreme e pedregoso, coberto por uma vegetação densa, até que finalmente atingimos nosso destino: um lugar repleto de pedras imponentes e despenhadeiros assustadores, entre as fendas colossais, resolvemos entrar na furna, com o auxílio das lanternas dos celulares e com um detector de metais, procuramos por qualquer evidência material que pudesse corroborar com os relatos dos populares, acerca do lendário ato de coragem dos irmãos Jucás. Ao atravessar um caminho cheio de dificuldades, atingimos o ponto mais profundo da furna, um local assolado pela escuridão imparável, úmido e com ar rarefeito. Ali, avistamos um pedaço de madeira extremamente frágil, que acreditamos ter servido como um facho utilizado pelos homens que ali entraram, espreitando o felino no emaranhado de sombras.
Após incessantes buscas, o detector de metais nos trouxe a satisfação final: encontramos a prova material que eterniza a verdade da lenda. Um estojo de munição calibre .44, evidência inequívoca que confirma os relatos daqueles que testemunharam ou ouviram sobre o desenrolar dos eventos.
Esta narrativa, descrita com simplicidade, tem o propósito de gravar para as gerações futuras a essência de uma saga que não pode ser esquecida. Devemos sempre cultivar a curiosidade pela história, para que jamais venhamos a duvidar das ricas experiências vivenciadas por nossos antepassados. Assim, mantemos viva a chama de suas histórias, eternizando seus feitos e memórias.
Edgleson Lima
Mirante
(Taiádo do Urubu)
(A caminho da Furna)
Após as buscas por evidências materiais, fizemos um trabalho de pesquisa, por meios de entrevistas com os populares da região, com um intuito de entender como aconteceu o ocorrido fato. Sob a responsabilidade do poeta e escritor Otacildo Rocha, ficou a incumbência de redigir a história com todos os detalhes, e levar-nos a uma viagem no tempo, colocando-nos dentro da cena fatídica.
(Entrada
da Furna)
(Interior da furna)
A morte da onça
Numa dessas aventuras pelo sertão, deparamo-nos
com a história de quatro homens divididos em duas expedições que adentraram na furna (morada) de uma onça para
mata-la.
Este fato ocorreu em meados do século xx mais precisamente na década de 30 no
interior de Quixeramobim , próximo a
comunidade de jardim , local que faz fronteira com as terras da comunidade de
Estrela pertencente ao município de Pedra Branca.
Relata-se que naquela época os proprietários de terras da região vinham
tendo constantes percas , com a morte de animais que sumiam e quando
encontrados deparavam-se apenas com os restos mortais trucidados
aparentemente por um animal de grande poste.
incomodados com a situação , dois
agricultores que atendiam pelo nome de Chico jucá e Bem-te-vi resolveram ir a
furnas e confrontar com o que seria uma onça. O local era ermo de
difícil acesso adentrando uma mata ainda virgem e cheia de obstáculos, a furna
de entrada estreita servia de refúgio para o animal que diziam ser enorme,
capaz de arrastar uma rês sem muita dificuldadeem suas caçadas.Certa vez a onça
levou uma mula adulta que foi notada depois pelo fato do casco da mesma ter
ficado preso numa forquilha uma amostra da força da felina, certeza o casco
enganchou e ela sacou com intensa voracidade que o pé da mula ali mesmo ficou
servindo de prova que aquela onça não era um animal qualquer , ela arrastou a
presa por quilômetros tamanha era sua força.Chico jucá e Bentiví perseguindo os
rastros deixados pelo animal se viram diante da furna e resolveram entrar para
capturar a fera que se escondia lá dentro, o lugar onde a onça se encontrava
era frio e escuro e para avistar a mesma era necessário acender uma espécie de
facho feito com óleo de mamona, Chico Jucá foi na frente com um rifle 44 em
punho enquanto o Velho Bentiví segurava a tocha em uma das mãos e uma faca na
outra, após a entrada a furna era vasta podendo ali tranquilamente ficar 10
pessoas em pé. Incomodada com a presença dos dois homens o grande animal
investiu contra Chico derrubando a arma que o mesmo carregava, com muita
destreza o homem reagiu se agarrando a bruta e ali começaram uma luta sem
tamanho, o Velho Bentivi ao ver o companheiro em apuros tentou socorre-lo de
faca em punho, tamanha era a força do felino que ao tentar visualizar com o
facho a feradeu-lhe com as garras no fogo deixando local em completa escuridão,
nesse momento Chico a segurou por trás e mandou o Velho Bentivi perfurar a
mesma, devido a escuridão o Velho não conseguia furar com precisão a gingante
onça que se debatia agarrada pelo valente homem que a mantinha presa nos braços
com muita coragem. Disseram depois que Bentivi ainda atingiu o braço do
companheiro, outros dizem que os ferimentos foram provocados pelas presas do
animal que deixaram muitas sequelas impedindo o homem de continuar com seu
desejo de por fim naquela sangrenta batalha. Cansados de lutar e aperreados,pois
o abrigo onde estavam não favorecia uma luta justa os dois homens saíram da
furna e foram em busca de ajuda. Chico Jucá muito ferido teve que receber
socorro médico enquanto o outro foi em busca de ajuda para dar cabo da vida da
maldita que ficou presa na furna, pois os dois tiveram o cuidado de fechar a
entrada para que a mesma não fugisse.
Com o braço ferido e contorcido Chico se viu aleijado não podendo mais exercer
suas funções de agricultor normalmente, enraivecidos com tamanha brutalidade
Raimundo Jucá e Alfredo irmãos de Chico partiram em outra caçada para se vingar
de vez da onça que por hora estava presa na caverna, dessa vez armados e
cautelosos os dois irmãos entraram no ressinto e avistaram a fera, agitada pois
a mesma se mantinha presa por seus algozes partiu a procura dos dois homens um
deles de arma em punho atirou por vezes e um dos tiros atingiu com precisão
colocando um fim em tudo. Era um belo exemplar de felino,relatos apontam ser da
raça de onças pintadas muito comuns naquele tempo, o fato correu os povoados e
ganhou várias narrativas dos moradores da região que tinham os irmãos Jucás
como heróis, depois de derrotarem uma fera tão temida pelos pequenos criadores
do lugar. Enfrentar uma onça dentro de uma furna é pra raros que na sua coragem
sertaneja se fazem guerreiros sem muitos recursos. A casa dos mesmos ainda
existe para deleite dos historiadores locais, apesar de estar em ruínas serve
como prova de que ali moravam homens de grande valentia que não dispensavam uma
boa disputa. Muitos curiosos foram ao local para acompanhar a
ousada peleja que com muita tensão findou com êxito , embora tenha sido demorado
a saída de um dos homens para trazer as informações , Raimundo Jucá ou Alfredo
não se sabe ao certo conseguiram matar a onça com tiros de rifles,
estima-se que essa onça pesava pra mais de 100 quilos, um animal de grande
estatura que diante de uma ameaça não desmanchava merenda.
enorme e metia medo
mais a família Jucá
foram naquele degredo
fizeram como os valentes
bravos e pertinentes
deram verdade a esse enredo
ali naquele rochedo
de pedras e taiádo voraz
foi o palco de uma luta
de uma família audaz
que ate hoje é contada
por muitos foi relatada
de maneira eficaz
Chico Jucá foi o primeiro
que ali se aventurou
ele e o velho Bentivi
sua coragem mostrou
mas a felina valente
moeu o Jucá no dente
ele aleijado ficou
doente e muito cansado
pela batalha vencido
correu e chamou os irmãos
falando do acontecido
um formigueiro foi assanhar
e a família jucá
é de cabra muito atrevido
Alfredo e Raimundo
partiram com valentia
para findar o assunto
na tarde do outro dia
capturar o animal
e com um tiro fatal
a dita cuja vencia
o exemplar foi levado
para mostrar pros viventes
porque são poucos que tem
forte espírito eloquente
essa historia durou
e o povo todo notou
o que é ser um homem
(Equipe de pesquisa; Francimauro,Daniel,Samuel,Edgleson,Vladimir , Eduardo, Dalila,Amaryllis,Natiely)
Dedicatória e agradecimentos;
Dedicamos em
homenagens póstumas a todos os envolvido nessa história.
Agradecemos
ao nosso guia Paulo Sergio , assim como a todos contribuiram para este
trabalho.